sábado, 13 de abril de 2013

Impasse em assembleia complica proposta pelo BVA (13/04)

http://www.valor.com.br/financas/3085430/sem-votacao-sobre-plano-de-resgate-chances-do-bva-diminuem


13/04/2013 às 08h47

Sem votação sobre plano de resgate, chances do BVA diminuem

Por Carolina Mandl | Valor


SÃO PAULO - As chances de resgate do banco BVA ficaram mais reduzidas. Fundos detentores de papéis do banco acabaram não votando em assembleia realizada em São Paulo a proposta de resgate da instituição, apresentada pelo empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono do grupo Caoa.

Em um lance final da negociação, Oliveira Andrade acabou propondo ontem aos credores a conversão dos títulos que detêm em ações do banco BVA. Abre-se agora uma nova rodada de negociações, mas o tempo para isso é considerado bastante exíguo, segundo uma pessoa envolvida nas tratativas. A intervenção do Banco Central se encerra na sexta-feira, dia 19 de abril. Sem um comprador, a solução mais natural para o banco é a liquidação.

Para comprar o banco BVA, que está sob intervenção do Banco Central desde outubro, Oliveira Andrade propôs inicialmente aos credores um deságio de 65% em seus papéis. Essa proposta precisava ser aceita por detentores de títulos que representassem cerca de 90% do passivo do banco.

A maior dificuldade que Oliveira Andrade vem encontrando nas negociações está justamente em alguns fundos de investimento que têm como cotistas Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS). Esses institutos não vêm aceitando o plano. Segundo o Valor apurou, a maior parte desses investidores chegou a se reunir em uma assembleia para discutir a proposta de deságio do empresário, mas acabou optando por não votá-la. Agora, vão analisar a conversão dos seus papéis em ações.

Oliveira Andrade - revendedor de veículos das marcas Hyundai, Ford e Subaru e dono de uma fábrica da Hyundai - tem cerca de R$ 500 milhões depositados no BVA. Por causa disso, foi desde o início o candidato mais forte à compra do banco.



http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios-setor-financeiro,oferta-do-grupo-caoa-pelo-bva-fracassa-e-probabilidade-de-liquidacao-aumenta,150528,0.htm


Oferta do grupo Caoa pelo BVA fracassa e probabilidade de liquidação aumenta

Banco está sob intervenção do BC desde outubro; destino da instituição financeira deve ser decidido na próxima semana  



12 de abril de 2013 | 22h 04

Leandro Modé e Aline Bronzati, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - A reunião de cotistas de um fundo de investimentos que possui títulos do banco BVA, realizada nesta sexta em São Paulo, acabou sem acordo. O impasse levou o grupo Caoa, do empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, a desistir oficialmente de comprar a instituição. Com isso, cresceu a probabilidade de o BVA, que está sob intervenção do Banco Central (BC) desde 19 de outubro, ser liquidado.
O fundo em questão tem como cotistas quase 50 fundos de pensão distribuídos pelo País. Nesta sexta, representantes de 22 dessas entidades reuniram-se para analisar a proposta de Caoa.
A oferta era a mesma apresentada a outros investidores do BVA: pagamento à vista de 35% do valor aplicado no banco e a possibilidade de reaver mais 35%, conforme a recuperação dos créditos na carteira da instituição. A proposta nem sequer foi votada. Irritados, alguns representantes deixaram o encontro ameaçando processar o BVA.
Os controladores do banco trabalham agora para que a assembleia seja reaberta entre segunda e terça-feira, o que, em tese, pode permitir que o BVA seja salvo.Se a maioria dos cotistas aceitar as condições, Caoa pode retornar para o negócio.
O fundo em questão tem papel-chave na tentativa de uma solução para o banco. Em sua carteira está um CDB emitido pelo BVA com uma remuneração bem superior à média do mercado - cerca de 30% ao ano, segundo fontes ligadas ao Caoa.
Originalmente, esse papel valia perto de R$ 50 milhões, mas, com a remuneração já embutida, o valor subiria para cerca de R$ 300 milhões. Oliveira Andrade não aceita comprar o BVA com esse passivo na carteira.
Um consultor de Andrade que participa das negociações informou que, na segunda-feira, haverá uma reunião entre representantes do grupo e do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Segundo esse consultor, se o FGC conceder um empréstimo no valor equivalente ao do CDB, o negócio pode se tornar viável novamente. O Estado apurou, no entanto, que o FGC reluta em aceitar novas condições.
O prazo de seis meses da intervenção pelo BC expira quinta-feira, dia 18. Tecnicamente, existe a possibilidade de que seja renovado por mais 180 dias, mas diferentes fontes consideram a hipótese remota.
Oliveira Andrade surgiu como principal (e, posteriormente, único) interessado no BVA porque possui cerca de R$ 600 milhões aplicados no banco. Para não perder o dinheiro, resolveu tentar comprá-lo. Para que a proposta vingasse, estabeleceu que seria preciso a adesão de ao menos 90% dos credores. Até esta sexta, 70% haviam aceitado as condições - R$ 650 milhões num total de R$ 900 milhões.
A negativa dos cotistas do fundo, aliada à resistência de parte dos credores, levou o Caoa a desistir. Mas a novela ainda não terminou. Como lembra uma fonte, em meio a tantas condicionantes (reunião com o FGC e eventual continuidade da assembleia), a situação pode virar de uma hora para a outra.

Impasse em assembleia complica proposta pelo BVA
Cotistas não chegam a acordo e 5.000 investidores podem perder aplicações
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
Fracassou ontem a assembleia dos cotistas do fundo de investimento da gestora Drachma, que poderia ajudar a viabilizar a venda do banco BVA para o empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade, conhecido como "sr. Caoa".
Após cinco horas e meia de discussão, foi suspensa sem conclusão a assembleia chamada para aprovar ou rejeitar a proposta feita pelo empresário, de comprar as dívidas por 35% do valor à vista com a promessa de mais 35% se o banco for bem-sucedido na recuperação de créditos.
Participaram da assembleia, que não tem previsão de ser retomada, cerca de 50 cotistas do fundo.
Sem a adesão desse fundo, Caoa pode retirar a proposta de compra do BVA, o que levaria à liquidação do banco já na próxima semana.
O BVA está sob intervenção do Banco Central desde outubro de 2012.
Para manter a proposta de compra, Caoa exige o apoio de 95% dos investidores, mas a adesão não passa de 83%.
Os negociadores vão se reunir na segunda-feira com o FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que também é credor do BVA e apoia a proposta de venda do banco.
A única saída para evitar a liquidação do banco será o FGC aceitar um deságio maior pela sua dívida.
A liquidação não interessa ao Fundo Garantidor, que, como os demais 5.000 investidores, teria possibilidade remota de recuperação do dinheiro aplicado. Sem proposta, o BC não está disposto a estender a intervenção e deve optar pela liquidação.

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