Na mesa, há apenas uma proposta para a compra do banco. Foi feita por Carlos Alberto Andrade Oliveira, o Caoa. Há também uma proposta do fundo Blackwood para administrar os ativos do banco.
A tendência é que o FGC não aceite nenhuma das duas ofertas. Há a possibilidade também de Caoa melhorar sua proposta inicial. Aí, o jogo poderá virar. Dificilmente, essa novela não acaba hoje.
(Atualização às 20h35: na reunião de hoje, Caoa pulou fora. Não fez proposta)"
http://colunas.revistaepoca.globo.com/felipepatury/2013/02/07/bva-banco-central-e-caoa-se-reunem/ - "O dono do banco BVA, Ivo Lodo, reuniu-se nesta manhã com os interventores do Banco Central em seu banco e um de seus sócios minoritários, Carlos Alberto de Oliveira Andrade. Caoa, como é conhecido Andrade, é um dos principais interessados em comprar o BVA. Sua proposta de compra está sendo discutida neste momento entre o BC e Lodo. O principal temor do banqueiro até ontem era ver o BVA liquidado pelos interventores — o que não ocorreu. O BC não encontrou fraude no banco. Também estão na disputa o fundo Blackwood e a J&F, holding da JBS-Friboi."
http://colunas.revistaepoca.globo.com/felipepatury/2013/02/07/caoa-discute-compra-do-bva-no-fgc/ - "O empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o Caoa, está neste momento na sede do Fundo Garantidor de Crédito discutindo a possível compra do banco BVA, interditado pelo Banco Central em outubro do ano passado. O objetivo da reunião é desdobrar a oferta de Caoa para adquirir o banco e obter garantias sobre a continuidade de suas operações."
http://colunas.revistaepoca.globo.com/felipepatury/2013/02/07/caoa-da-um-cao-no-bc-e-desiste-do-bva/ - "É desolador o clima no BVA. Seus funcionários acabam de ser informados que a reunião entre o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o Caoa, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e o Banco Central (BC) que ocorreu agora à tarde terminou sem final feliz: ele desistiu de comprar o banco. Único a ter enviado proposta ao BC para adquirir o BVA — que está sob intervenção desde outubro do ano passado –, Caoa não chegou a um acordo sobre o valor que teria que injetar na instituição para tirá-la do buraco e não teve sua proposta aceita. Detalhe: ele tem 7% de participação e R$ 450 milhões depositados no BVA. Por enquanto, continuará sem o dinheiro."
http://oglobo.globo.com/economia/bva-deve-ser-liquidado-pelo-bc-neste-mes-7521381
http://www.valor.com.br/financas/3000376/bva-nao-recebe-proposta-de-compra-e-se-aproxima-de-liquidacao
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia%20geral,sem-proposta-bva-deve-ser-liquidado-pelo-bc,143383,0.htm
Sem proposta, BVA deve ser liquidado pelo BC
Banco tem um passivo a descoberto de R$ 1,5 bilhão e está sob intervenção do BC desde 19 de outubro
07 de fevereiro de 2013 | 19h 38
Leandro Modé, de O Estado de S. Paulo
Texto atualizado às 21h
SÃO PAULO - O Grupo Caoa e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) não chegaram a um acordo sobre o banco BVA, e a tendência é de que a instituição, sob intervenção do Banco Central (BC) desde 19 de outubro, seja liquidada. Representantes dos dois grupos reuniram-se durante boa parte da tarde desta quinta-feira na sede do FGC, na zona oeste de São Paulo.
Por meio da assessoria de imprensa, o controlador do Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, informou que "após avaliar o negócio, não se sentiu confortável para fazer uma proposta". Ele informou ainda que considera o assunto encerrado.
O FGC não se pronunciou, mas o Estado apurou que os representantes do Fundo recusaram uma proposta feita por Oliveira Andrade. Além disso, rechaçaram a hipótese de nova extensão do prazo para a apresentação de uma oferta.
Como o FGC é o maior credor do BVA, com cerca de R$ 1,5 bilhão, vem comandando uma espécie de processo paralelo ao do Banco Central desde a intervenção. Nesse processo, contratou uma empresa de auditoria, um banco de investimentos e um escritório de advocacia para apurar o real tamanho do problema do BVA, cuja intervenção foi atribuída à falta de liquidez.
O trabalho elaborado pela PricewaterhouseCoopers, batizado de Projeto Bavária, mostrou um passivo a descoberto de aproximadamente R$ 1,5 bilhão.
A partir daí, o FGC criou um "data room" para eventuais interessados em comprar o BVA. Quatro instituições demonstraram interesse, sendo o Grupo Caoa o mais firme. Segundo pessoas a par do assunto, Oliveira Andrade tem cerca de R$ 600 milhões presos no BVA. Para evitar uma perda dessa magnitude, considerou seriamente a compra do banco.
O fracasso das negociações decorre, principalmente, das garantias exigidas pelo Grupo Caoa para fechar o negócio, que não foram aceitas pelo FGC. Situação semelhante ocorreu no processo que tentou evitar a liquidação do Cruzeiro do Sul. Na ocasião, o Santander negociou exaustivamente com o FGC, mas pediu garantias (sobretudo contra passivos trabalhistas) que também foram descartadas pelo Fundo.
Relatório. O FGC estabeleceu, então, um cronograma para a apresentação de propostas pelo BVA. O prazo final era quarta-feira. Como muitos esperavam, só o Caoa se apresentou. Mas, ainda com dúvidas sobre a proposta que faria, pediu ao FGC mais 24 horas, o que foi aceito. Nesta quinta, executivos dos dois lados voltaram à mesa de negociação.
O Estado apurou que o fracasso nessa etapa não significa que o BVA será necessariamente liquidado pelo BC. O interventor, Eduardo Bianchini, tem até o dia 18 de fevereiro para enviar a Brasília seu relatório sobre as condições do banco. Em tese, até lá, uma proposta pode chegar. A hipótese, porém, é considerada remota por pessoas que participam do assunto, dada a falta de interessados até agora.
O comprador do BVA teria de cobrir o R$ 1,5 bilhão e aportar mais R$ 600 milhões a R$ 700 milhões para fazê-lo ‘rodar’. Esses últimos valores tomam por base o tamanho da carteira de crédito do BVA. Todo banco é obrigado a manter uma relação entre empréstimos e capital (chamada Índice de Basileia).
Ou seja, o novo controlador teria de fazer um aporte dessa magnitude para manter o Basileia do BVA dentro das regras do BC,
O problema é que, para algumas pessoas que conhecem os números do BVA e têm experiência no sistema bancário, a instituição não valeria os mais de R$ 2 bilhões de investimento.
O passivo de R$ 1,5 bilhão encontrado pela Price foi alvo de divergência entre pessoas envolvidas na negociação do BVA. Para essas fontes, o buraco real é menor, mais próximo de R$ 700 milhões. Para efeitos de negociação com os interessados, porém, valeu o R$ 1,5 bilhão.
Se o BVA for mesmo liquidado pelo BC, vai se juntar a um grupo de outras seis instituições financeiras que quebraram no Brasil nos últimos dois anos. Cruzeiro do Sul, Prosper, Panamericano, Schahin e Morada, além da financeira Oboé, tiveram problemas.
A solução variou de caso a caso. O Panamericano, por exemplo, foi vendido para o BTG Pactual, que manteve a parceria com a Caixa Econômica Federal no controle da instituição. O Schahin foi vendido para o BMG. Cruzeiro do Sul, Prosper, Morada e Oboé fecharam as portas.
Diferentemente do que ocorreu com Panamericano, Schahin e Cruzeiro do Sul, no BVA, ao menos até o momento, não foram encontradas fraudes. Mas o BC remeteu ao Ministério Público um relatório com indícios de irregularidades no envio de recursos do BVA para sua controlada Peg Cred. Procurado, o interventor do BC não se pronunciou.